quarta-feira, abril 22

por tempo indeterminado

sábado, fevereiro 7

i really can't help myself


era pra ser the story, mas o youtube malvado não me deixou embedar o tal vídeo (que tá meio truncadito, é vero).

e alguém acaso experimenta qualquer decepção preenchendo os ouvidos com seja qual for a canção da masterpiece do ravi shankar?

boa semana, prezado.

sexta-feira, fevereiro 6

terça-feira, janeiro 20

goulash é cousa do passado

deu no terra:

hungria - a urologista judit csorba, do hospital kenez gyula, em debrecen, exibe a pedra de 1,125 kg que foi retirada do rim do paciente sandor sarkadi.

bom, ao menos era lisinha, néam.

os homens preferem a mardita

na calçada de uma célebre rua do bairro mais boêmio da sorridente capital, três moçoilas esperam amigos que estão chegando para encerrar a noite de sexta no apartamento de uma delas. cada uma apóia (blé, reforma ortográfica!) nos braços uma garrafa lacrada de bom vinho ou espumante.

em cinco minutos, não mais do que só 300 segundos, cinco marmanjos, um deles com a parceira enganchada pelo braço, sugerem no mesmo tom sacana:

- e aí, gurias, vamos abrir essas garrafas e beber juntos?

um deles chega até a dar a senha para o início dos trabalhos:

- querem um gole? é uísque com red bull.

salto alto? loirice farmacêutica? transparências? bundão empinado? depilação à brasileira?

nada disso, amigas - foi-se o tempo em que pra atrair o macharedo o mulherio se puxava no visual. se a prezada quer arrumar diversão pra uma noite, é só brandir uma garrafa de birita em qualquer calçada notívaga deste mundo de meu google.

chove homem, creiam-me.

domingo, janeiro 11

te cuida, google

doktor avalanche me arrebata

sexta-feira, janeiro 9

it's easy to remember

histericamente feliz, pesquei de dentro da meia natalina o balofo volume de 1001 discos para ouvir antes de morrer (ao que retrucaria minha rigorosa mãezinha: 'e tem como ouvir depois de morrer?'). seja como for, o livrão tem feito as vezes de alcorão pra esta descrente que vos entretém.

e, depois de excomungar o editor robert dimery por não haver incluído no compêndio um só bolachão das breeders (mas não haver se furtado de citar excrescências do calibre de dolly parton e christina aguilera), amansei meus demonhos e ora emito gritinhos de júbilo a cada redescoberta. como a de lady in satin, diamante lançado pela olímpica lady day em 1958, que há tempos não gastava de escutar e agora voltou com fôlego phelpico pra debaixo do feixe de laser.

azar dos vizinhos. os arranjos do há poucos meses apresuntado ray ellis, combinados à ferida aberta a que remete a voz da sacrossanta eleanor fagan gough, só ganham reais contornos de bálsamo se saboreados no talo. e assim tem sido - you've changed, the end of a love affair, glad to be unhappy, i'm a fool to want you, for heaven's sake e demais jóias soando qual soco nos tímpanos da vizinhança pagodeira. lá de cima, billie aprova, tenho a mais pétrea convicção.

quinta-feira, janeiro 8

rosa-choque

sabe-se lá por que capricho sináptico, dia desses me lembrei d'algo perturbador: aos 15 anos, pouco antes de virar uma headbanger loucona, ganhei de mamãe um quarto todinho cor-de-rosa.

cama, mesa-de-cabeceira, cadeira, cabideiro, tudo infernalmente barbie. e o mais estarrecedor: fui eu mesma quem escolheu a doçurinha - que, convém dizer, conservei até os 24 ou 25 anos, já 100% avessa a delicadezas cromáticas, entre outras.

então que, desde lá, deletei completamente das idéias (blé, reforma ortográfica!) o meu cafofo rosado. deve ter sido trauma, vai saber. bloqueei geral. um choque, prezado, puro mecanismo de proteção. que a mente perversa encerra mistérios insondáveis. uh.

quinta-feira, janeiro 1

primeiro do ano

terça-feira, dezembro 30

peixão

ai,ai.

e numa hora dessas eu não sou um lambarizinho.

enlatado da lata

e a trilha é do joey santiago.

viciei.

sexta-feira, dezembro 19

e por falar em cinema



novembro ecoa forte. não é a minha favorita (causo de que bato cabeça e pezinho com toda a discografia das deal sis), mas o fã-clipe é bacaninha pacas.

o melhor do céu e do inferno

colocando em dia os filmes que não pude conferir ainda fresquinhos na telona, venho dizer-vos que:

um
mamma mia é puro deleite, inda que eu considere o abba, qual carpenters, das cousas mais marromeno produzidas pela indústria fonográfica. enfim... merryl streep faz a melhor versão de todos os séculos de the winner takes it all. merece levar tudo, forever and ever.

dois
ensaio sobre a cegueira é perturbação de primeira grandeza. condenem-me à cegueira branca, mas nunca tive muita paciência pro saramago e, portanto, não conhecia a história. aí, vem um cara como o meirelles e me redime, contando tudo do melhor jeito que há. que o diga a reação do velho portuga. baita filme mesmo.

quarta-feira, dezembro 17

valei-me, nossa senhora da queratina!

aterrorizante o hairstyle da madonna em terras tupinicas.

parece com isso aqui.

do everest do pop pras profundezas abissais da periferia vagaba em uma tarde no coiffeur.

deveria render um registro no guinness. ah, deveria.

sim pra 2009

a minha veterinária

o prezado habitante da sorridente capital é cachorreiro, gateiro e anda à cata de uma dotôra de bicho daquelas em extinção (tipo, de quatro pelos focinhudos e mais interessada em fazê-los esbanjar saúde que em faturar umas patacas)?

então chega de procurar, seu sortudo: a lorena é tão sensacional que eu me trataria com ela d'olhos cerrados. e, na saída, inda filava banho e uma tosinha de responsa.

esquece o site, que não é o bicho. recomendo fortemente a médica, a equipe e tudo o mais. passa lá na clínica e confere só. quem experimenta não troca por outra.

é verdade e dou fé.

segunda-feira, dezembro 1

eu vejo um elvis

naquele clássico shape 70's.

ou devo parar de beber água direto da bica?

sexta-feira, novembro 28

surpresa!

não sou dada a levantar bandeiras porque os homens de branco me proíbem de paletear todo pesinho além do meu, que já é considerável, ô. tá, tô sendo rasteira, confesso: eu abomino gente panfletária, por mais justa que a causa possa ser. ativista, em tese, é um bicho chato bragarai. às vezes, até cheira meio mal.

nessas, uma das poucas cousas que me motivam a abrir o berreiro é a nefanda indústria automobilística, responsável por fermentar a sanha consumista dos neomotoras que infestam qualquer ruela deste mundo de meu google.

não sei dirigir, não quero aprender e tenho raiva e pena de quem sabe. carro de praça é troço bem bom nesta vida. carona de amigo/irmão/camarada serve pra te levar pra praia com conforto de rainha. e avião é a alternativa preferencial quando a pernada ultrapassa os 300 quilômetros de distância.

por conta da minha aversão a autos próprios, tô livre de passar pelo que passou alguém aqui da vizinhança, dia desses. descia eu a rua ao lado e testemunho um senhorzinho chamar a pessoa pelo porteiro eletrônico:

pronto! - responde a voz feminina.

bom dia! - engata o cabra.

si-im? - titubeia a vizinha, meio desconfiada e já pronta a despachar o talvez vendedor d'alguma cousa qualquer.

senhora, o citröen vermelho bem novinho estacionado aqui na frente do prédio é deste apartamento? - manda o tiozão.

é, sim - devolve a moçoila, sem sequer imaginar o que viria pela frente (ou pelo lado, ou por trás).

e veio. sem dó:

olha, eu bati nele agora mesmo. estragou bastante. a senhora pode descer aqui?

ouch.

overesquizoparanóia

e contorce-se o doidão: eu sei que tem mais gente escutando quando eu converso em silêncio comigo mesmo.

a ostensiva porquice da burguesia

ah, eu deveria ter desconfiado. o que poderia rolar numa inauguração em que o verissimo (compreendam: a natureza deste post exige pelo menos um link para a indelével caras) sopra vigorosamente seu sax e fala pelos cotovelos, enquanto a adriana calcanhotto autografa... livros?

foi a da primeira fnac (hip hip hurra!) da sorridente capital, assentada no novo - e metido a besta - barra shopping sul.

formadores de opinião (uia!), 98% do pib gaúcho e toda a sorte de esnobes e botoxentos disputavam a murros flûtes plásticas de miolo terranova e caixotinhas com cuscuz marroquino nadando em curry (valha-me, raçuda comida campeira!).

os (in)competentes organizadores da boca-livre esqueceram-se de espalhar lixeiras pela lojona e a excelsa elite gaúcha, com preguiça de arranjar lugar apropriado pra desovar os despojos, achou por bem dispensar a nojeira sobre a nobre mercadoria à venda.

o cenário era bisonho: filmes do buñuel milimetricamente cobertos por uma farofa amarelada e ensebada. ipods salpicados de álcool carbonatado. saramagos finamente decorados com migalhas de brownie. do chão, nem falo, que grossura pouca é bobagem, néam, meu filho.

e eu que, repugnantemente, insinuei dia desses que o novo e impoluto empreendimento logo seria conspurcado pelas hordas de maloqueiros moradores das adjacências, obrigo-me a morder minha pérfida lingüinha (tremas, sim, tremas, antes que a farra acabe): os verdadeiros selvagens vivem em triplexes, dirigem reluzentes audis e passam as férias em santorini. ou abduzem multidões meios de comunicação afora. ou tudo isso ao mesmo tempo.

nem o mais puro-sangue vileiro seria capaz de perpetrar aquela imundície. enquanto os serviçais recolhem os restos, passa a caravana de suínos pós-graduados. acumulando pérolas e granjeando fama, comme il faut.

quarta-feira, novembro 19

sim, este blog é uma fraude

se antes nem suspeitavam, agora meus fiéis e generosos leitores já sabem: eu minto deslavadamente. é: não veio e não virá o post sobre o 15º poa em cena. preparei fotos, fiz o escambau, mas demorei demais. ah, tô velha, perdi meu livrinho de notas e esqueci tudo o que tinha a dizer sobre o festival. entendam, ora bolas.

só lembro que o zé celso martinez e sua bandidaaage chegaram perto, mas não me arrebataram tanto quanto o théâtre du soleil na edição de 2007. se bem que a cena do papa sendo açoitado com camisinhas (na sua seqüência mais inocente...) é antológica. quase lá.

hum, bom, e teve a obscena senhora d, cuja performance da atriz, suzan damasceno, me desatarraxou a bunda todinha. e quem já me viu de perto sabe que isso não é pouco... acachapante.

e as gurias das margaridas enlatadas que, orientadas pela minha queridoníssima amiga gisela habeyche, deram de relho (oigalê, tchê!) na adaptação de quatro contos do caio f. cousa marlinda.

e o que foi aquele tal teatro físico dos espanhóis do loscorderos.sc em crónica de josé agarrotado (menudo hijo de puta)? vertiginoso. e tudo pra falar sobre como é difícil falar. e escutar. é... viver dá um puta trabalho, meu nêgo. que o diga o suor que pingava dos guapos só cinco minutos depois de iniciada a correria. emblemático.

outro gol? determinadas pessoas: weigel, (demi)monólogo assinado com a maior catega pelo ariel borghi, e com su mamá, esther góes, encarnando a destemida helene weigel, a grande mulher por trás de bertolt brecht. caprichado e comovente.

e eis que chegamos ao mito peter brook, que desta vez trouxe a nós, mortais meridionais, um excerto de os irmãos karamázov, cujo autor, fiódor d., como caio f., hilda hilst e brecht, dispensa links e demais obviedades. incorporando o grande inquisidor, o bretão bruce myers se cospe todo, mas confirma a máxima brookeana de que menos é mais, basta ser fodão. peixe grande, meu filho.

do show da laurie anderson só saíram decepcionados os que ignoravam quem fosse aquela menuda figurinhaça de cabelos espetados ou aqueles que achavam que ela teria eternamente o fôlego cênico dos 30 e poucos anos. não tem, mas como ela própria preconiza, only an expert can deal with the problem. e a senhora lou reed, ninguém ouse duvidar, é perita no que faz. só para iniciados.

já a conterrânea adriana calcanhotto deveria sempre, mas sempre mesmo, se apresentar com banda completa, abolindo definitivamente da sua carreira o tal formato banquinho-e-violão. apoiada por aqueles craques da pauta, a ex-contida artista até roqueira ensandecida virou. e classuda pacas.

quanto ao fausto, do nekrosius, vacilei bonito (igual à produção do cara, que mandou os cenários pra buenos aires, em vez de porto alegre...). na tarde do grande dia fui acometida por súbito e violento torcicolo. hipocondríaca cuidadosa que sou, tratei de derrubar rapidinho um miosan daqueles. resultado: dormi a sono solto durante quase todo o primeiro ato. chateadinha, fui ressonar em casa. e era bonitaça a peçona. que pena.

antes disso, rolou tio vania pelos olhos do celso frateschi. texto clááássico, diretor tarimbado, cenário elegante. e nada disso foi capaz de empolgar. muito menos aquele elenco irregular - pra dizer o mínimo. ui! ficou devendo horrores.

menos pior, no entanto, que o antonio abujamra e seu começar a terminar. disfarçado de reverência ao absurdo beckettiano, foi o maior engodo do 15º poa em cena. o velho abu, de inesperado headset e preocupadíssimo em esconder a barrigona sob o figurino matrix, deve estar mal das pernas. caça-níqueis constrangedor.

las relaciones de clara fui coagida a passar: era no mesmo dia do fausto, que teve só uma apresentação por causa da trapalhada com os cenários. lamentei, que queria rever a alejandra cortazzo (do fodástico 4:48 psicosis, ano passado) em cena. quem teve a sorte de conferir a montagem, disse que a hermana, então acompanhada por um elencão, repetiu a dose. perdi, raios!

anticlássico, a última perna da maratona, me encontrou cansada de guerra. tava marcado pra domingo tarde da noite, lááá no goethe, chovia hectolitros e a gente temia ser uma bomba. não fomos. até agora não tenho qualquer certeza de que dava mesmo pra ter faltado. melhor nem saber.

como? eu disse que não ia rolar post sobre o em cena este ano? hahahaha! eu minto, vocês ainda não se convenceram?

ano que vem tem mais. e, até lá, quem sabe eu corrija mais esse meu desvio de conduta.

evoé, negada!

terça-feira, novembro 18

i just wanna get along

no princípio eram os elfos e aquela excitante alternância entre céu e inferno, urros e sussurros, extraterrestres e surfistas, três acordes e lalalas. o sonho do pássaro do monte olimpo era a lei nas nossas pickups noventistas.

depois vieram as criadoras e a onda, então mais sacana e densa, quebrava sempre perfeita na minha praia. até happiness is a warm gun, ora vejam!, me fazia feliz. e eu só queria me dar bem. mas demorou. e quanto...

estava escrito: num dia quente de novembro, nos primórdios do 21º século cristão, eu finalmente estaria cara a cara com as criadoras. e elas compactariam o solo surrado da grande metrópole. e me fariam voar, como uma vez foi com o tal pássaro do monte olimpo.

e eu estava lá. e eu vi e ouvi tudo. e eu sabia que, a despeito da reverberação e da juventude perdida, a massa sonora e a performance incendiária seriam nada menos que o maior espetáculo da terra. the deal sis were glorious.

e agora eu já posso morrer megafeliz. cantem fortunately gone a plenos pulmões no minuto final, por favor.