sexta-feira, novembro 28

surpresa!

não sou dada a levantar bandeiras porque os homens de branco me proíbem de paletear todo pesinho além do meu, que já é considerável, ô. tá, tô sendo rasteira, confesso: eu abomino gente panfletária, por mais justa que a causa possa ser. ativista, em tese, é um bicho chato bragarai. às vezes, até cheira meio mal.

nessas, uma das poucas cousas que me motivam a abrir o berreiro é a nefanda indústria automobilística, responsável por fermentar a sanha consumista dos neomotoras que infestam qualquer ruela deste mundo de meu google.

não sei dirigir, não quero aprender e tenho raiva e pena de quem sabe. carro de praça é troço bem bom nesta vida. carona de amigo/irmão/camarada serve pra te levar pra praia com conforto de rainha. e avião é a alternativa preferencial quando a pernada ultrapassa os 300 quilômetros de distância.

por conta da minha aversão a autos próprios, tô livre de passar pelo que passou alguém aqui da vizinhança, dia desses. descia eu a rua ao lado e testemunho um senhorzinho chamar a pessoa pelo porteiro eletrônico:

pronto! - responde a voz feminina.

bom dia! - engata o cabra.

si-im? - titubeia a vizinha, meio desconfiada e já pronta a despachar o talvez vendedor d'alguma cousa qualquer.

senhora, o citröen vermelho bem novinho estacionado aqui na frente do prédio é deste apartamento? - manda o tiozão.

é, sim - devolve a moçoila, sem sequer imaginar o que viria pela frente (ou pelo lado, ou por trás).

e veio. sem dó:

olha, eu bati nele agora mesmo. estragou bastante. a senhora pode descer aqui?

ouch.

4 comentários:

Lari Bohnenberger disse...

Mimi, assinei embaixo! Também não dirijo e nem quero! E adoraria poder destroçar no mínimo uns dois terços dos automóveis circulantes da cidade, que daqui a pouco virará São Paulo, de tão caótico que anda o trânsito por aqui! Fora o mau-humor, o estresse e uma certa quantidade de psicose que costumam acompanhar seus motoristas... eu, heim? Tô fora!
Bjs!

mimi aragón disse...

não é, lari? esse desespero contemporâneo por 'ter um carro' é uma doença braba. dá nada, não: dia desses te convido pra quebrar uns pára-brisas e furar uns pneuzins por aí. quiác!

Leandro disse...

1) Tem gente que não vai a uma quadra se não de carro.
2) E o cara ainda começa o papo com um "bom dia"...

mimi aragón disse...

leandro:
1) esses merecem a forca.
2) homenzinho sááádico.