quinta-feira, fevereiro 15

a triste sina dos remotos irmãos borne

ando relapsa, já admiti, mas é por uma causa nobre: tenho trabalhado como um jegue no interior do piauí pra garantir a royal canin do quincas e da minoca. nada de ócio criativo neste meu corpinho alvo e carnudo.

como hoje foi a primeira vez, em duas semanas, que sobraram uns minutinhos de vagabundaaage no fim do dia, corri pra cá móde contar uma historinha que lembrei mais cedo, pouco antes de uma reunião maluca, quando pintou o assunto nomes - troço que, especialmente no caso das gentes, sempre rende bons causos.

pois a família do meu pai fez-se pródiga em castigar a descendência. se comigo e com mia fratella mamã bateu pé, e - ufa! - venceram prenomes dignos e elegantes, os filhos dos meus bisavós borne não tiveram a mesma sorte: três deles carregavam (sim, um nome bizarro, sabe-se, tem todo potencial pra virar um contêiner no lombo pela vida afora) nomes de planetas. tinha a tia vênus, o tio urano e o tio júpiter...

quiçá arrependidos da suprema maldade, lá pelas tantas os pais dos infelizinhos deram pra trás nas homenagens ao sistema solar e resolveram poupar o quarto rebento (que viria a ser meu avô) das inevitáveis piadas interestelares. mas outras chacotas estavam reservadas: como bizarria é qual tatuagem, eles conseguiram batizar o coitado de... nair! arram, na-ir! pior: nair henrique, pros gozadores jamais caçoarem da macheza do pobre. porque se fosse plutão, dá pra imaginar o tamanho do estrago... e hoje vovô não teria mais nem o charme de ser planeta. coisa mais triste.

4 comentários:

Telejornalismo Fabico disse...

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eu gosto de vênus.
a merda seria ouvir a alcunha de 'camisinha' na rua.
houve uma época que sepre que os jornais tinham baixa na produção, lá vinha a matéria de gaveta sobre os nomes esquisitos.
lembros de alguns hilários.
e sim, já vi homem com nome de nair.
pelo menos no gênero se dizia assim.




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Marcia disse...

cacilda (ops), eu também conheci um Nair. e era tipo macho mesmo. ah, e conheci também um Leonor. pode?

e, copiando o Sean, eu acho Vênus um nomão. se me chamasse Vênus, acho que não iria reclamar. quer dizer, a gente sempre reclama do nome, pelo menos quando é comunzinho. porque a gente pode ser tudo, menos comum, né não?

Thelma disse...

Tadinho do Nair Henrique...mas ele sobreviveu, né?

mimi aragón disse...

sean: eu também acho vênus um nome foda. mas não pra flagelar uma filha, coitada!
marcia: fiquei com pena do leonor, juro. e eu não reclamo do meu nome, não: tremo de orgulho das letrinhas que enfeitam a minha carteira de identidade.
thelma: o nair henrique superou o trauma. teve dois filhos, sete netos e passou dos 90 anos. bem valente o vô borne!