terça-feira, janeiro 23

rainha das piscinas

tem dois anos que elegi a natação como a minha atividade física favorita. correr me dói só de pensar, caminhar eu acho monótono, ainda que o faça esporadicamente, e a pedalar eu até que me aventuro de quando em vez, mas a bundoca sofre por conta da buraqueira generalizada na sorridente capital. já as estripulias na água, três vezes por semana, me fazem feliz, equilibrada, cheia de fôlego e de disposição e, suprema maravilha!, vários quilos menos redonda.

nesses dois anos, interrompi as natatices duas ou três vezes, por frio, tostões mais curtos ou contusão, motivo da última parada, três semanas atrás. quando volto, custa umas duas aulas até recuperar o fôlego, sempre elogiado pelos mestres. pois retornei às piscinas na semana passada, depois de cinco dias de castigo em casa por conta de uma distensão na panturrilha esquerda. ontem, na terceira sessão pós-retorno, já com pulmões de atleta, senti que a distância entre a minha despretensão e as braçadas na classe master (rararararara! eu cheguei lá!) só pode ser percorrida se eu superar o horror que tenho às competições.

caí na água com dois colegas: uma senhorinha sessentona, cujas braçadas tensas, retas e desesperadas sempre me fazem pensar que ela está se afogando, e não crawleando, e um sujeito que deve estar a meio caminho dos 30 anos, bonitinho, braços fortes, olhos claros e simpaticíssimo, mas dono de pulmões de formiga. a senhorinha já conhece seus limites: nunca alcança o meio da piscina semi-olímpica sem interromper as remadas pra respirar em pé, com a cabeça todinha pra fora d'água. o guapo, por sua vez, nada 25m e ofega por dois ou três minutos antes de encarar a volta que completa a chegada. eu, desesperada pra me livrar dos quilos-extra, consigo fechar duas chegadas (ou 100m) sem nem um pausinha pra recuperar os bofes.

a profe, que cultiva uma exigência espartana para com seus pupilos, abriu a aula de ontem com um desafio: quantas chegadas de crawl os três patetas conseguiam fazer em 20 minutos? 'vou cronometrar aqui e vocês se puxem aí, hein! e nada de moleza!', sentenciou a tirana. e lá fui eu às braçadas, sem olhar pra trás. bem condicionadinha, quase sem parar, fiz dez chegadas no tempo proposto, 500m em 20 minutos. a senhorinha, coitada, fechou três idas até o meio da piscina, seguidas de três voltas caminhando, ou 65m de escassas braçadas apavoradas. o colega de olhos turquesa saiu-se melhor: cinco chegadas completas, ou 250m. quando soube do meu desempenho, a profe não coube em si: 'excelente, mocinha! se continuar assim, vai acabar correndo o próximo campeonato amador'. saí da água de peito inflado, me sentindo o michael phelps. tô na área: temam, gorduchos balzacões!

4 comentários:

Maroto disse...

morro de orgulho de ser amiga blogal de uma vagem que nada tão bem! Confesso, no entanto, que provavelmente me apeteceria mais desafiar o fôlego do guapo trintão de olhos turquesa - inclusive porque dele eu acho que ganhava e a sensação de superioridade tem grande potencial afrodisíaco :)

mimi aragón disse...

ói que não é uma má idéia, maroto? e a imagem é bela: enquanto o garboso rapazinho desliza na água, tu acompanha a performance do alto, volando, volando, volando...

Telejornalismo Fabico disse...

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xuxu, vc vai gannhar três estrelinhas por esse excelente desempenho.
mas podia ter ido melhor se não ficasse olhando a sunga do mancebo ao lado.
dessa vez, e só dessa, passa.



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mimi aragón disse...

tu anda me espionando, xôn?