segunda-feira, dezembro 11

mimi, mas pode me chamar de senhora van cleeve

urro de contentamento com todos, mas tem um dos filmes do jerry lewis que, clássico da minha infância, repousa em acomodações de luxo neste velho coração bobo. rock-a-bye baby, de 1958, por aqui ganhou o nome de bancando a ama-seca e conta a história do clayton poole, um técnico de tevê - destrambelhado, claro - que recebe de um antigo amor platônico, a hollywoodian star carla naples (marilyn maxwell, atriz e cantora que chegou a ser comparada à platinada xará monroe, e teve meteóricos namoricos com - ora vejam! - rock hudson e jorginho guinle), a insuportável missão de cuidar de quíntuplos praticamente recém-nascidos. no início do filme, o clayton mora numa pensão cuja dona, a sra. van cleeve (interpretada pela britânica isobel elsom, que fez também suplício de uma saudade e my fair lady), passa dia e noite vidrada diante da caixa mágica, usando tudo o que os comerciais apregoam, de comida industrializada a inseticida flit e tinta de cabelo roxa. pois eu SOU a senhora van cleeve do século 21.

sonho de quaisquer engenheiro de produto e salesman, adoro uma novidadezinha facilmente consumível. mais ainda se for alguma frescura de banheiro. sei lá, acho que sofro de alguma síndrome raríssima que me obriga a jamais repetir os mesmos xampu, condicionador, sabonete e pasta de dente. enjôo fácil dessas cousas e, pra me sentir verdadeiramente limpinha e feliz, preciso sempre de um bom lançamento do setor das faxinas pessoais. adolescente, eu enlouquecia a minha mãe, uma consumidora razoavelmente conservadora, entupindo o carrinho de compras com as mais modernas novidades da indústria da higiene nacional. até hoje, é só abrir o armário do banheiro aqui em casa pra encher os olhos com estupendos sabonetes e dentifrícios gritando de novos, uma profusão de cores, cheiros e sabores. como diz o friorento vitor ramil, um paraíso prum sujeito ateu.

agora, descobri mais uma maravilha pra minha dentarama desde sempre orgulhosamente isenta de cáries: sorriso fresh vanilla mint. arram! pasta de dente com gostinho de baunilha (o mint é só pra não afastar os mais convencionais, imagino). que petáculo, minha nossa senhora dos molares branquinhos! parece que a pessoa tá escovando os dentes com toffees. schlép! schlép! schlép! no dia em que achei a gostosura, também comprei outras duas da mesma marca - menta com açaí e com guaraná. ainda não experimentei, mas não vai demorar pra isso acontecer. diz na caixa que é uma edição limitada e eu tô quase indo de joelhos até a fábrica, pedir pra eles não cometerem a maldade de tirar os tubinhos do mercado tão logo o verão nos dê as costas. penso, inclusive, na loucura de jurar fidelidade ao fabricante. mas acho que aí já é demais, né? a gente promete cada coisa quando se apaixona...

2 comentários:

Telejornalismo Fabico disse...

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zeus, de onde vem tamanha insanidade?
eu já fui na casinha três vezes desde que comecei a imaginar escovar os dentes com esse bufê.

blééérg!
imagina depois daquele lauto jantar, que vc não pode nem pensar em ver comida, encher a boca de açaí com baunilha.

vixi, mimi, vc se superou nessa.
internação é pouco.



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mimi aragón disse...

pois não é mesmo um mal estarrecedor esse meu? mas só deixo os homens de branco me levarem se eu puder carregar minha frasqueirinha junto!