quinta-feira, julho 24

zola do celulóide

até as minhocas debaixo da terra sabem que o matheus nachtergaele é um puta ator. há anos o cara se mudou de mala e cuia pro top five dos intérpretes vivos deste país. pués que aquele homúnculo que chapinhava no sangue no antológico o livro de jó agora inventou de dirigir e roteirizar pra telona. e o resultado, meu prezado, é acachapante.

não foi à toa que a festa da menina morta chacoalhou cannes em maio passado: é um dos filmes mais originais e audazes que minha multidão de células já teve a oportunidade de conferir. afirmo, sem qualquer medinho de soar injusta, que é a melhor produção do cinema tupinicas deste ano; concorre em gramado logo mais e, se não levar toda a kikitama, o palácio dos festivais merece ser demolido a marretadas. porque é cinema pra gente grande nenhuma botar defeito: orgânico, perturbador, corajoso, viajandão e 1000% as fuças do brasil. mas o de verdade - silvícola, mestiço, litúrgico, remoto, lascivo e bruto - e não aquele solar e de plástico, só pra inglês ver.

como ator, e agora diretor, roteirista e até compositor de trilha, matheus é o maior naturalista que os 510 milhões de quilômetros quadrados de crosta terrestre conheceram desde o século 19. quem duvidar, ou discordar, que vá matar um porco pra recobrar o juízo.

Um comentário:

Leandro disse...

Esse cara é bão!!
Como dizíamos lá na putaqueuspa, onde morava quando piá de bosta: É Phoda.