sexta-feira, abril 18

diversão lapidar, bicho!

e então foi a nostalgia que me fez pescar na prateleira da locadora, no finde passado, o devedê de rc e o diamante cor-de-rosa. assisti ao filme uma única vez, quando tinha idade só pra deglutir papinha, e, naturalmente, não lembrava quase nada sobre a película protagonizada pelo régio trio jovemguardiano na virada dos 60 pra década em que esta tenra leguminosa estreou no mercado.

bendita seja, pois, minha amiga de fé, irmã et camarada nostalgia que, se já me compeliu a derramar hectolitros de sentidas lágrimas vida afora, agora me chacoalhou as moléculas com violentas gargalhadas ao longo dos 97 minutos dessa gema rara da sétima arte nacional. tá, briguei um pouco com o controle de volume, porque o som do filme (a bem da verdade, como o de todos aqueles produzidos por aqui até os anos 90) põe a pessoa doente. mas saiba o prezado que o entretenimento vale o sobe e desce do vu meter, viu?

ok: o roteiro é das cousas mais estapafúrdias já produzidas por terráqueos - uma mistureba de orientais, gênios e roqueiros dantanho se estapeando por tóquio, jerusalém e rio de janeiro numa impagável caçada a um tesouro milenar. a canastrice do rei, do erasmo e da wandeca só surpreende aqueles que há pouco aprenderam a comer com garfo e faca. a maquiagem do patético japa que conduz a trama merecia virar estudo de caso da toscologia. e quem se importa com tanta precariedade quando se tem a chance de topar, logo na abertura da belezinha, com o mítico rc demolindo tudo nesse protoclipe musical (e dizer que o cara deu no que deu, hein?):



e se o punch do reizão cutuca o nosso ponto g, o momento não-posso-acreditar-no-que-meus-olhos-vêem só poderia pertencer ao tremendão, na que elegi a melhor (porque a mais sem-noção) cena do filme:



por fim, apesar de muitos jurarem que o top musical rola na finaleira da aventura, com o trio cantando é preciso saber viver (nem adianta procurar o fonograma, que o troço não existe) a bordo de um jipão que lambe o asfalto da niemeyer, a canção mais fodona de todo o filme não tem o carimbo de nenhum deles: é assinada pelo jorge ben e ouvida na voz da gal costa, numa seqüência igualmente antológica:



depois dessa redescoberta preciosérrima, ando com água na boca pra rever os outros dois filmes do roberto farias que provam que o rei já foi, sim, papo firme: rc em ritmo de aventura, aquele da célebre cruzada de helicóptero por dentro do túnel do pasmado, também no rio, e rc a 300km por hora, mais mela-cueca que os anteriores, mas não menos clássico.

oh, tantas alegrias naqueles velhos tempos, belos dias.

5 comentários:

Marcia disse...

trash. :)

Maroto disse...

belos anos 60. Não confiavam em ninguém com mais de 30 mas eu não tinha nem 10, então era papo firme

mimi aragón disse...

marcia: cool! ;o)
maroto: nos 60 eu nem era. só comecei a ser bem no meio do negrume médici. e ele nem se abalou, o cão sarnento.

Telejornalismo Fabico disse...

*




adoro gente cafona como eu.


é.
gal já foi genial.
e virou isso.





*

mimi aragón disse...

tamo junto, meu chapa!
e a vala comum, ao que parece, é a casinha de (quase) toda a magrinhagem brasa dos bons tempos.