quinta-feira, janeiro 4

calorebas e neuronices

um pouco antes do natal, já com o calor à espreita, conversava com um amigo sobre as reações dos corpitchos humanos às altas temperaturas. ríamos das nossas coincidências biológicas - pele alvíssima e a predisposição ao suor abundante em condições ambientais muy tórridas. ambos fugimos do sol com afinco redobrado no verão e mijamos bem menos que os demais mortais, compensando a preguiçosa fisiologia renal com generosos hectolitros de transpiração.

agora há pouco, confabulando com mamã, concluímos que a tal hiperatividade sudorífera há de ser obra dos genes, já que ela, minha irmã e eu funcionamos como destilarias superavitárias durante o império do sol. dividi com a dona léa o constrangimento que sinto ao, verdadeiramente, derreter em público quando bato perna rua afora nesses tempos bafentos. morro de vergonha de pingar absurdamente: qualquer roupa fica ensopada, a cabeça ganha uma patética coroa de gotas, as pessoas te olham com um quase-asco pra lá de desconfortável. somos, as três, iguaizinhas nisso, concordávamos. aí, veio a absolvição:

- outro dia tua irmã foi a uma médica ortomolecular que disse que o suor excessivo tem a ver com atividade cerebral intensa.
- o quê? quer dizer então que quem sua demais é porque pensa demais, mamãe?
- é, mais ou menos isso.
- então quando eu encontrar alguém suando em bicas, como nós, faço uma reverência, que há de ser um intelectual, um sábio, um pensador?
- acho que sim.
- urrah!


se a teoria tem algum fundamento, não sei. mas, por via das dúvidas, da próxima vez que algum de vocês cruzar por aí com uma criatura liquefeita, nada de nojo e muito respeito, viu? trata-se de alguém com miolos privilegiados. sim, muito prazer, eu derreto! agora, com licença, que preciso correr até a ipiranga e contar pro paulo, aos litros, que nóis semo fodão.

6 comentários:

Maroto disse...

querida vagem, já sabiam os franceses que é bon soir. Pior que a piada, só o cheiro do metrô em Paris :P
Mas entrei para urubuzar positivamente - antigamente eu não suava nadinha mas não podia me orgulhar da minha elegante secura porque ficava superaquecida e isso me deixava doente. Com a idade comecei a suar - agora fêdo, mas não passo mal. Moral da história: suadouro também é saúde

Marcia disse...

mimi, eu também SÔO muito.
puxa, eu sou inteligente!!!

piu piu piiiiuuuuuu!!!!

Telejornalismo Fabico disse...

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eu tenho uma cascata cristalina que escorre da mufa, descendo forte sobre o rosto. sete quedas é piada.
mas minha vó libanesa, sonhadora como uma pedra, dizia que era porque eu tinha cabeçao mesmo, área em excesso pra pegar sol.


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vamos botar as coisas em pratos limpos. ter que digitar "pxgpjqnm" no verificador de palavras já é ofensa.


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mimi aragón disse...

urubu: éissaí, maroto! os franceses sabem tudo. espaço aéreo liberado pro senhor - venha sempre bicar a xepa.
marcia: conjuga with me: eu sôo, tu soas, ele soa, nós soamos, vós soais, eles soam. bela sinfonia!
sean: ói que faz todo sentido a tioria da vovó pragmática: eu também tenho cabeção! mas que nóis também tem miolo bom, ah, nóis tem.

Maroto disse...

não vejo incompatibilidade entre a teoria da mãe da vagem e a da avó do Sean: as cabeçonas são para conter os grandes cérebros. E eu não suo porque urubu tem testa pequena.

Telejornalismo Fabico disse...

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desde quando comer carniça deixa urubu pilantra?



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cbkur