sexta-feira, maio 18

isso aqui, ôô, é um pouqinho de brasil, iaiá!

– Alô senhora? (...) Eu quero uma quantia de 20 mil pra soltar ele daqui.
– Ai meu Deus, aonde eu vou arranjar isso? Nem trabalho eu não tenho.
– Quem tá com a senhora aí?
– Eu tô dentro de uma igreja.
– A senhora tá dentro da igreja?
– To, dentro da igreja. Eu limpo a igreja pra igreja.
– A senhora é cristã?
– Sou cristã.
– Olha só, a senhora me desculpa, tá? O que eu fiz com a senhora foi só um trote, tá bom?
– “Ahãm”.
– Senhora, a senhora tá escutando o que eu tô falando? Isso é um meio de eu arrumar dinheiro. Dar trote nas pessoas, tá bom?
– “Ahãm”. Cadê meu filho?
– O seu filho não tá aqui comigo não. Foi meu comparsa que entrou chorando e a senhora pensou que foi seu filho. A senhora no começo falou o nome dele. Falou Júlio e depois falou Bruno, não falou?
– Falei.
– Então, foi onde eu entrei dizendo que eu era seu filho. Que o seu filho tava aqui. Tá bom?
– Tá bom (chorando).
– A senhora vai orar por mim? Hein, senhora?
– Vou.
– Tá, fica com Deus.
– Obrigada.


trecho de matéria do jornal da globo de ontem, mostrando operação da polícia carioca no presídio evaristo de moraes, que teve origem no monitoramento de ligações telefônicas do já famoso golpe do seqüestro. quando percebeu que tentava lograr uma serva do senhor, o malandro cristão deu pra trás na falcatrua, por certo com medo do castigo divino, e inda pediu abença. sangue de jesus tem poder, merrmão!

aliás, praticamente um bloco inteiro da edição de ontem do jornalão plimplim foi dedicado à sacanagem institucionalizada que afunda o brasil. teve golpe do seqüestro, operação moeda verde,
operação navalha, toda sorte de sem-vergonhices e roubalheiras descaradas.

país do jeitinho? que nada! isso é cousa do passado, troço
de amador. nos profissionalizamos: agora, somos a nação do não dá nada, urruuu!, a menos que metam religião no meio. o edir macedo sabe o que faz.

quinta-feira, maio 17

imortal façanhudo

se não for difícil não tem graça, né, glorioso tricolor? pués que venham os hermanitos morrer no gramado do monumental. causo de que (ao contrário do co-irmão aquele, que toma goleada em pleno chiqueirão, na volta das férias) na nossa casa quem manda somos nós.

pô, pcc!

o marcola perdeu a oportunidade de virar herói quando não ordenou que os mano passassem fogo no gremlin de mitra. e olha que o velhote do mal até facilitou, escancarando a janela do papamóvel.

chemical divã

não foram as hiponcondríacas hipócritas, aquela banda que eu queria formar na adolescência, mas que gorou porque não apareceu uma só guitarrista disposta a tocar fantasiada de seringa de 5ml.

não foi a minha onipresente gaveta de primeiros socorros (porque estojo e caixa são cousas por demais acanhadas pra uma sujeita hiperbólica como yo).

não foi nem a anestesia geral que eu pedi pro médico me tascar naquela cirurgia de ouvido bem simplezinha, que dava pra fazer na boa só com uma tonteada superficial.

só fui descobrir o quanto eu sou hipocondríaca quando dimensionei a minha maluquice: se me soltarem numa farmácia com a carteira recheada, saio com um carrinho lotado de drogas interessantésimas, e nada de xampus, cremes, sabonetes e quejandos, como faria qualquer criatura normal.

será que existe um remedinho capaz de me curar disso?

bissexta

ausente, ma non troppo.