domingo, fevereiro 25

ah, manezinhos!

laguna/sc, verão de 2007, lanchonete de posto de gasolina na BR 101:

- um pastel de camarão, por favor.

minutos depois:

- moço, este pastel tá quase oco. se eu quiser comer um com o dobro de recheio, como eu faço? pago dois?
- ah, aí a senhora tem que pedir o pashtel mishto de camarão com camarão, nãotem?


sotaque típico d'além-mampituba, naquela lógica bem à moda dos nossos notáveis antepassados ultramarinos.

(gracias à fonte e personagem deste episódio adorável, uma misteriosa dona de casa tailandesa, de irreprimível natureza epicurista, reverenciadíssima por suas experimentações culinárias inspiradas nos sabores dos quatro cantos do planeta.)

segunda-feira, fevereiro 19

bifê de vagem

* obscena a campanha do glorioso tricolor em 2007, tanto no gauchão como na libertadores. grandes triunfos insinuam-se. e eu vou ver tudinho com minha carteira de sócia-torcedora!

* talvez porque tenha rolado no sábado, antes do habitual arraso carioca, o desfile principal do clonado carnaval porto-alegrense até que não foi de todo constrangedor. nunca pensei, mas achei muito digna a tinga-teu-povo-te-ama, sas?

* na cidade maravilhosa, a óbvia estação primeira de mangueira e a unidos do viradouro encheram meus olhinhos de encantamento. hoje tem mais.

* vêm da oceania, e dos ares, duas das mais impressionantes histórias deste início de ano. é em ocasiões assim que eu, que duvido da existência divina, mas acredito firmemente em inteligência extraterrestre, ponho-me a matutar se, de fato, entre nós, humanos, vivem criaturas híbridas - e megapoderosas. ou só sobrenaturalmente sortudas.

quinta-feira, fevereiro 15

a triste sina dos remotos irmãos borne

ando relapsa, já admiti, mas é por uma causa nobre: tenho trabalhado como um jegue no interior do piauí pra garantir a royal canin do quincas e da minoca. nada de ócio criativo neste meu corpinho alvo e carnudo.

como hoje foi a primeira vez, em duas semanas, que sobraram uns minutinhos de vagabundaaage no fim do dia, corri pra cá móde contar uma historinha que lembrei mais cedo, pouco antes de uma reunião maluca, quando pintou o assunto nomes - troço que, especialmente no caso das gentes, sempre rende bons causos.

pois a família do meu pai fez-se pródiga em castigar a descendência. se comigo e com mia fratella mamã bateu pé, e - ufa! - venceram prenomes dignos e elegantes, os filhos dos meus bisavós borne não tiveram a mesma sorte: três deles carregavam (sim, um nome bizarro, sabe-se, tem todo potencial pra virar um contêiner no lombo pela vida afora) nomes de planetas. tinha a tia vênus, o tio urano e o tio júpiter...

quiçá arrependidos da suprema maldade, lá pelas tantas os pais dos infelizinhos deram pra trás nas homenagens ao sistema solar e resolveram poupar o quarto rebento (que viria a ser meu avô) das inevitáveis piadas interestelares. mas outras chacotas estavam reservadas: como bizarria é qual tatuagem, eles conseguiram batizar o coitado de... nair! arram, na-ir! pior: nair henrique, pros gozadores jamais caçoarem da macheza do pobre. porque se fosse plutão, dá pra imaginar o tamanho do estrago... e hoje vovô não teria mais nem o charme de ser planeta. coisa mais triste.

terça-feira, fevereiro 6

1997 foi um ano marvado que levou também o paulo francis



móde menagear o ex-trotskista trashmalucão, clipe da hilária paulo francis vai pro céu, banda made in pernambuco e que (nomes que condicionam destinos...) morreu cedo, bem igualzinho ao sujeito do post abaixo. tosqueira é apelido, fio! waaaaaaal!

(antes de irem pro céu, os caras da pfvpc tiveram uma pedrada, eu queria morar em beverly hills, gravada pelo wander wildner. a letra é tão sem-noção que eu tenho vergonha de postar... procurem por sua conta e risco, destemidos leitores.)

memória do mangue



atrasadinha pra não esquecer o chico science, baita revolucionário, um acepipe dos tempos em que o ministro tragava, e cantava fantasiado de espermatozóide batik - ou bóia-fria de longuinho (maldade...).

segunda-feira, fevereiro 5

por ser uma menina má

ando negligente com os legumes. é que tem muita vida na minha cousa e eu tô correndo qual queniano, sem tempo pra caraminholar, postar, navegar, postar, ver, postar, ouvir, postar, ler, postar.

daquiapoco tudo se acomoda, eu sei. mas, até lá, preciso confessar que me brota uma culpinha fina por deixar meu minifundiozinho assim, sem a planta nossa de cada dia. e, cá pra nós, como a pessoa gosta de cultivar uma culpa fresca, né, hein?

então, pra mitigar o sofrimento d'alma, um pouco de psychobilly desencanado com os pais da matéria, os depravados lux interior e poison ivy. divirtam-se, danadinhos!